Redação TNJosé Múcio Monteiro, o atual Ministro da Defesa, ressaltou que sua gestão enfrenta "muita dificuldade" devido à "falta de recurso" em sua área. A declaração foi feita durante uma entrevista no programa "Roda Viva", transmitido pela TV Cultura. Ao ser questionado sobre a possibilidade de uma reforma ministerial, Múcio esclareceu que a decisão cabe exclusivamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro destacou: "No meu caso, eu tenho muita dificuldade por falta de recurso, mas a gente vai levando porque temos quase que 80% com o nosso pessoal." Ele também comentou sobre a reforma ministerial, mencionando que o presidente se refere a "algumas acomodações políticas". Além disso, observou que o ano de 2026 está se aproximando e que o presidente e seu entorno político já estão tratando de estabelecer laços com os partidos.
Múcio chamou a atenção para a necessidade de previsibilidade econômica no orçamento da Defesa. Ele falou sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), que visa aumentar os gastos com a Defesa. "A gente precisa ter um dinheiro para saber o quanto eu vou ter no ano que vem. Isso é fundamental para realizar a partilha em conjunto com as três Forças e os projetos estratégicos. Nós formulamos um projeto com intuito de garantir 2% do PIB para as Forças, mas o Senado considerou isso excessivo," explicou Múcio.
Além disso, ele comentou que "o senador Portinho tinha um projeto dele, já pronto, tratando desse assunto. Eu fui até a Presidência da República e disse: 'É um senador de oposição, mas um homem propositivo, bem intencionado, que não faz política apenas para ser eleito'. Estamos reunidos e tratando disso, mas a situação ainda apresenta muitos desafios.", enfatizou.
Quando questionado sobre os atrasos na entrega dos caças suecos Gripen, Múcio exemplificou as dificuldades financeiras enfrentadas: "Se falta dinheiro para merenda, para hospital, imagine para um Gripen que custa US$ 100 milhões. Pergunte-se: 'Por que era para terem 11 e só temos 6?'. A resposta é simples: faltou dinheiro."