Três anos após a implementação do 5G no Brasil, estudos recentes indicam que o país se destaca entre os que apresentam as maiores velocidades de internet móvel do mundo. Desde 2022, essa tecnologia está disponível nas principais cidades brasileiras, prometendo uma revolução na conectividade. Para entender os reais benefícios que o 5G trouxe ao cotidiano dos brasileiros, o Canaltech fez uma análise abrangente em 2025.
Diferenciando 4G e 5G
A principal diferença entre as duas gerações está na velocidade e na eficiência ao acessar conteúdos pesados. Agora, por exemplo, é possível assistir a filmes e séries com muito mais rapidez. Além disso, a qualidade das videochamadas teve um avanço significativo. “As aplicações com mudanças imediatas incluem experiências que já temos, porém mais velozes”, destacou o Canaltech em 2022.
Em uma pesquisa realizada nas redes sociais, 85% dos 3,2 mil participantes afirmaram que a chegada do 5G não alterou significativamente seu consumo de dados móveis, mostrando que tarefas simples, como enviar mensagens ou utilizar redes sociais, mantiveram padrões similares aos do 4G.
No entanto, muitos usuários notaram melhorias em outras áreas, como a possibilidade de adquirir pacotes de dados maiores a preços mais acessíveis. Um usuário, Isaac Moreira, comentou: “Melhorou na questão do consumo de dados, pois agora os planos conseguem comportar mais GB de internet por menor preço. Assistir YouTube com dados móveis não é mais problema. Para que haja uma verdadeira mudança, já deveriam existir planos ilimitados, como os do Wi-Fi.”
Outro internauta, Cristiano Ferreira, percebeu que a estabilidade na transmissão de vídeos, especialmente em eventos ao vivo, melhorou consideravelmente. “A única coisa que mudou, no meu caso, é a estabilidade ao consumir vídeos. Para meu uso diário, não notei grandes alterações”, afirmou.
Indústria: 4G e 5G em uníssono
Apesar do 5G já estar presente em diversas regiões do Brasil, várias aplicações industriais ainda dependem do 4G. Paulo Humberto Gouveia, diretor da TIM, explica que a escolha entre as tecnologias está baseada na demanda: “No Brasil, o 4G opera em frequência de 700 MHz, o que permite uma cobertura geográfica mais ampla, beneficiando o agronegócio.”
O 4G tem se mostrado mais eficaz em setores que exigem grandes áreas de cobertura, como rodovias. Gouveia destaca que as concessões atuais exigem conectividade que o 4G já oferece, mostrado-se mais adaptável ao público.
Por outro lado, o 5G é capaz de proporcionar velocidades altíssimas e latências extremamente baixas, resultando em ganhos significativos de produtividade em diversos setores. No Brasil, essa tecnologia já está sendo aplicada em grandes projetos, como no Porto de Santos. A modernização da conectividade permitiu uma redução no tempo de transporte de contêineres de 24 para apenas 16 horas. “Antes, utilizávamos tecnologia Wi-Fi, que exigia mais de 60 pontos de acesso para cobrir a área. Com o 5G, reduzimos para apenas oito pontos, que cobrem a operação de forma mais eficiente, aumentando a velocidade de 10 Mbps para 600 Mbps”, explicou um responsável pelo projeto.
Casos de sucesso do 5G no Brasil
- Fábrica de chocolate: Na unidade da Nestlé em Caçapava (SP), redes 5G privadas permitiram a utilização de óculos de realidade virtual para treinamentos, além de potencializar o uso de robôs autônomos e sistemas de inteligência artificial.
- Banco do Brasil: O 5G está agilizando o atendimento nas agências e a personalização de cartões. A tecnologia também aumenta a segurança e facilita a interação em totens de jogos.
- Indústria 4.0: Na Gerdau, a implementação do 5G está acelerando a adoção de conceitos da Indústria 4.0, como automatização e rastreabilidade.
Perspectivas Futuras do 5G no Brasil
O futuro do 5G no Brasil parece promissor, conforme a avaliação de Gouveia. Ele prevê que as melhorias continuarão se expandindo para aplicações voltadas ao consumidor, como um aumento na qualidade e na velocidade das conexões voltadas para games. No setor industrial, as expectativas são igualmente positivas. “O que a tecnologia vai fazer é nos preparar para o futuro próximo. Precisamos estar aptos a integrar as telecomunicações nos processos produtivos das empresas. Isso muda toda a dinâmica”, finalizou.
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